Mesmo com o fim do verão, a preocupação com doenças transmitidas por mosquitos, como a febre amarela, ainda permanece. A doença, que teve um aumento considerado de infectados nos últimos meses, deixou os brasileiros em alerta, principalmente, aqueles que estão de malas prontas para as férias.
O governo brasileiro já imunizou 76% do público-alvo para conter o surto durante uma campanha de vacinação, que continua. Mas ainda existem muitas dúvidas sobre a doença, principalmente para aqueles que irão viajar. Por isso, separamos informações importantes que irão ajudar no melhor planejamento da sua viagem.
O que é a febre amarela?
É uma doença viral aguda, transmitida ao homem e ao macaco por meio das picadas de mosquitos infectados. A doença ainda não tem cura e o tratamento é feito de acordo com os sintomas.
Como a doença se espalha?
Quando o mosquito pica um macaco ou uma pessoa infectada, ele armazena o vírus e pode transmitir a doença ao picar outras pessoas. É importante lembrar que os macacos são vítimas da doença e servem de alerta para os cientistas quanto a um possível surto.
Quais são as áreas de risco?
Áreas com grandes matagais e florestas são os cenários mais propícios para a disseminação da febre amarela silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Por isso, no Brasil, a doença é endêmica da região amazônica, mas ocasionalmente se espalha para outros estados do país devido ao clima quente e úmido.
Erradicada no Brasil desde 1942, a febre amarela urbana é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que pica uma pessoa doente e depois infecta outras pessoas, assim como acontece com a dengue, a zika e a chikungunya.
Qual o melhor método de prevenção?
A forma mais indicada de prevenção é a vacina, fornecida gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Devido às campanhas em cidades muito populosas, a dose utilizada no momento é a fracionada (um quinto da dose completa de 0,5 ml), tão eficaz quanto a vacina de dose completa, mas que tem uma menor duração da proteção.
Crianças com menos de nove meses não podem ser vacinadas e idosos com mais de 60 anos devem passar por uma avaliação médica antes de se vacinar. Nestes casos, a dica é se prevenir com repelentes, roupas cumpridas e evitar áreas afetadas sempre que possível.
Irei viajar para uma área de risco, sou obrigado a tomar a vacina?
A obrigatoriedade é para viagens internacionais, pois cada país possui regras distintas de vacinação. Para entrar em uma nação estrangeira que exige a proteção, é necessário apresentar o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP). Fique atento, pois somente a dose completa é válida para viagens ao exterior!
Qual a diferença entre as doses fracionada e completa?
A dose completa protege durante toda a vida. Já a fracionada tem um limite de duração de oito anos. Para viagens internacionais, a exigência é que se tome a dose completa.
Não irei para uma área de risco, devo me proteger mesmo assim?
Depende. O ideal é verificar no site da Anvisa quais países exigem o certificado. É importante lembrar que se a viagem for, por exemplo, para os Estados Unidos (que não exige o documento), mas com escala no Panamá (onde o documento é obrigatório) a vacinação é indispensável.
De qualquer forma, é importante contar o suporte de um seguro viagem caso haja algum imprevisto.
Com quanto tempo de antecedência devo tomar a vacina?
O prazo mínimo para que a proteção tenha efeito comprovado é de 10 dias, mas é recomendado que essa seja uma das primeiras coisas a se fazer antes de viajar. Sua entrada em qualquer país pode ser barrada caso tenha tomado a vacina em uma data muito próxima à da viagem.
Já tomei a vacina, mas não tenho o certificado internacional. E agora?
É necessário ter em mãos sua carteira de vacinação e realizar um pré-cadastro no site da Anvisa. Depois, é só agendar uma data no posto mais próximo e comparecer com os seguintes documentos: identidade, carteira de vacinação e passagem aérea. Se não conseguir uma data antes da viagem, o ideal é comparecer no posto da Anvisa do aeroporto com a documentação.